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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A Corretora - sua companheira obrigatória


Decidiu comprar umas ações para investimento de longo prazo?
Ou, resolveu ir para bolsa para fazer negociações rápidas, comprando ações num dia e vendendo no outro dia (ou na outra hora...)?

Não importa como você deseja participar dos negócios em bolsa de valores, uma coisa é certa: você terá que escolher pelo menos uma corretora.

Para que você possa comprar e vender ações, é necessário que um "agente autorizado" faça isso por você, e esse agente é justamente a corretora. Ela é quem compra a ação e guarda para você na sua conta corrente, que funciona exatamente como a conta corrente de um banco. Nessa conta está o seu dinheiro que você deixa previamente depositado antes da compra das ações e está também as ações compradas.

Para criar uma conta na maioria das corretoras, basta preencher um formulário com seus dados e assinar os termos do contrato que permitem que a corretora faça as compras e vendas das ações de acordo com as suas ordens enviadas sejam por telefone ou pela internet através dos home brokers (aplicações via web para negociação na bolsa).

Além disso, as boas corretoras oferecem outros serviços como análise de ações para lhe indicar em que investir, cálulo de imposto de renda mensal para você acertar as contas com o leão quando for devido, cursos relacionados à renda variável e outras coisas.

Por isso, ao escolher a corretora, não se deve avaliar apenas pelo custo de operações, mas sim pelo custo-benefício.
O maior exemplo disso é o próprio home-broker.

Imagine que por qualquer motivo você escolher comprar ações de determinada empresa num certo dia, e você quer comprar o mais rápido possível porque você acredita fortemente na rápida valorização daquela ação. Aí você abre seu home-broker, e envia a ordem de compra e nota que a ordem não é enviada simplesmente porque a comunicação do sistema da corretora com a bolsa está fora do ar.. péssimo. Pior ainda, se isso acontece num dia que você precisa se desfazer rapidamente das ações de uma empresa. Você deixa de vender tal ação por "problemas operacionais no home-broker", e ela despenca. Pronto, você economizou 5, 10 reais no custo da ordem para ver sua ação despencar sabe-se lá quantas vezes mais do que isso.

Portanto, pesquise muito. Avalie bem tudo o que a corretora oferece e se o que ela oferece funciona bem.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

O mito dos tubarões

Sempre que algum amigo me pergunta se vale realmente à pena investir em ações, eu respondo que vale desde que você tenha um mínimo de conhecimento do assunto. É de se esperar que a pessoa se interesse em buscar esse conhecimento, fazer uma segunda pergunta do tipo "onde consigo mais informações então?". Porém, não é isso que acontece na maioria das vezes, a impressão é que a idéia de ter que buscar conhecimento faz com que a pessoa nunca mais lhe pergunte sobre isso.

Isso se deve ao fato de que a maioria daqueles que estão fora da bolsa, achem que esse tipo de investimento é um jogo, que é feito de pura sorte, esperam que uma pessoa que está dentro lhes diga "Vale à pena sim, você faz uns lances, entra em um perde-e-ganha mas sempre sai com grana, no pior dos casos no zero a zero. Pode testar!".

NÃO É ASSIM... é preciso conhecimento!

E o conhecimento que cito, não é aquele relacionado a saber que determinada empresa vai comprar a outra, ter informações privilegiadas, etc. Conhecimento aqui é saber analisar o mercado, as empresas que deseja investir. Você pode analisar o mercado de duas formas distintas.

Uma é a análise que pode ser feita em relação à saúde financeira da empresa, ao potencial de crescimento, etc é conhecida como análise fundamentalista. Outra é aquela que mostra através de gráficos a evolução dos preços das ações, verificando se esses preços estão próximos ou não das médias, quais as maiores probabilidades de novos movimentos de preços baseando-se no comportamento passado, e várias outras técnicas, tudo isso é chamado de análise técnica.

Em resumo a análise fundamentalista diz em quais empresas investir e a análise técnica mostra o melhor momento de investir.

Porém, o que se vê é uma lista de mitos que vão ecoando por todos os lugares onde se fala a palavra "bolsa". Um deles é que "a bolsa é para os 'tubarões' (como muitos chamam os grandes fundos, as grandes empresas e os milionários).

De fato é uma balela, se tem um lugar onde um cara com 20 mil reais tem as mesmas chances que um cara com 20 milhões é na bolsa. Óbvio que quando digo chances é de ganho ou perda percentual, 5% de 20 mil é muito menor do que 5% de 20 milhões, mas quando um investidor, com capital de qualquer tamanho, decide entrar na bolsa, ele busca um retorno percentual sobre aquele capital.

Dessa forma é preciso entender o seguinte, imagine que tanto o cara dos 20 mil, quanto o cara dos 20 milhões, decidem fazer uma compra de ações da Gerdau em 17/03/2009 por R$11,05. Para facilitar as contas, vamos considerar que os dois investidores usaram todo o capital que tinham. Menos de 3 meses depois, esses dois resolvem que estão satisfeitos em ver o capital DOBRAR nesse período e vendem todas as ações no dia 05/06/2009 por R$22,09 como pode ser visto no gráfico abaixo.


Gerdau 2009



Ambos investiram todo o capital e lucraram a MESMA coisa: 100% bruto...

O que deve ficar claro é que tanto o investidor comum, quanto o megainvestidor do nosso exemplo, fizeram uma análise que identificava que Gerdau tinha grande potencial de alta em 2009, os dois no caso de confirmada suas análises, tiveram a MESMA VITÓRIA.

Esteja você na bolsa ou não, lembre-se sempre que acreditar no mito dos tubarões é perda de tempo. Se está na bolsa, procure melhorar cada vez mais as técnicas que usa, aumentar o conhecimento. Se está fora da bolsa, e tem receio de entrar porque alguém lhe disse que é coisa para tubarões, reveja seus conceitos, você pode estar perdendo uma grande oportunidade por pura falta de conhecimento. Conhecimento esse que pode ser mais simples do que você imagina.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Bolsa caindo também dá lucro


Ter dinheiro aplicado na bolsa há anos não significa experiência. Alguém pode ter ações compradas há muito tempo e ainda assim não conhecer alguns "segredos" do mercado de renda variável.

Basta fazer a seguinte pergunta para alguns investidores: "Bolsa dá lucro quando está em baixa, com tudo caindo?". Muitos irão responder que não, ou dizer que sim, "mas apenas para os grandões do mercado".

A resposta é SIM, para qualquer um que faça uma análise correta, podemos ter lucro com bolsa em baixa, aliás muito lucro, com operações conhecidas como "Operações de venda". Ou seja, quando compramos um ativo e esperamos ele subir para obter lucro, estamos fazendo uma operação de compra. Por outro lado, quando vendemos primeiro e esperamos o valor cair para comprar mais barato, estamos falando de operação de venda.

Como vender algo que não foi comprado (ainda)?

Um exemplo simples para explicar essa operação é o mercado de carros usados. Imagine que você esteja precisando de um carro com 3 anos de fabricação, vermelho e quatro portas. Mas não consegue encontrar. Então, você entra em contato com um vendedor de uma agência de usados e diz como quer o carro.
Com uma boa rede de contatos ele encontra um carro em outra agência ou que pertença a outra pessoa e que atenda exatamente as características que você quer.

Este vendedor fala para você que te vende esse carro por 25 mil reais e lhe entrega em 10 dias. Você fecha negócio com ele, dá um sinal e fica aguardando. O vendedor vai até a agência (ou pessoa física) e compra o carro por 21 mil, realiza os trâmites legais e lhe entrega o carro 10 dias depois. Resultado, ele ganhou 4 mil reais pelo trabalho de localizar o carro para você.

No mercado de ações é possível ganhar da mesma forma. Vamos tomar como exemplo as ações da Vale do Rio Doce, citadas neste post.

Em 20 de abril, um trader analisa as ações da Vale e verifica que há grande possibilidade de cairem pois o gráfico sugere que 50 reais seja topo. Nesse caso o trader vende para o mercado 100 ações por 50 reais (assim como fez o nosso vendedor de carros ao vender por 25 mil) com um prazo para 'entregar' as ações em 30 dias.

O trader então, aguarda os 30 dias (ou menos) para o valor do papel chegar num preço que valha à pena para ele pagar. Na realidade, a Vale chegou a 40,00 reais. Então esse trader comprou as 100 ações por esse valor, entregou conforme o combinado e ficou com a diferença:

Resumo do trade:
* abriu venda de 100 ações da Vale em 20 de abril por 50 reais
* comprou as 100 ações para entregar gastando 40,00 reais
* lucro: 50 - 40 = 10 reais x 100 ações = 1.000 reais

Isto é, a Vale despencou de abril a maio e o personagem do exemplo ganhou 1.000 reais (bruto) na operação.

Portanto, aqueles que desejam entrar na bolsa podem faze-lo a qualquer momento, seja em tempos de alta ou em tempos de queda.

Candles de alta (ou de baixa se operarem na venda) para vocês!

Carlos Magno
cmagnoss@gmail.com





domingo, 6 de junho de 2010

Comprar topo e vender fundo - o maior erro

O maior erro que um trader pode cometer é "comprar topo e vender fundo", ou seja, comprar uma ação quando ela está próxima do maior preço negociado após uma alta e vende-la perto do momento em que ela chegou ao "fundo do poço". Na prática, como exemplo simples, trabalhando com apenas 1 lote de Vale, seria algo do tipo:

Comprar 100 ações da Vale por R$50,00 = R$5.000,00 em 20/abril/2010

Vender as 100 ações por R$38,00 = R$3800,00 em 20/maio/2010

Resultado do trade = -1200,00 (resultado negativo de 24% em exatamente 1 mês)

VALE5 de Janeiro/2010 a Junho/2010
clique para visualizar



Ainda que muitos digam que perder 1.200 reais, é uma perda recuperável, devemos sempre pensar percentualmente. Neste caso foram perdidos 24% em 30 dias, isso é praticamente 1/4 dos recursos. Para ilustrar melhor o tamanho desse erro, imagine que no exemplo acima, 5 mil era tudo que o investidor tinha sobrando para colocar em bolsa, se ele cometer esse erro apenas 4 vezes, ele está tecnicamente quebrado na bolsa e só poderia voltar caso trouxesse 'dinheiro novo' para investir.

Por que isso acontece?

O trader confiante que a Vale irá subir bastante, paga os 50,00 por ação, sem se preocupar como fato que ela já vinha de forte alta há semanas, afinal, Vale custava 40,00 no início de fevereiro/2010. É aí que começa o erro. O incauto investidor, acreditando que descobriu uma forma fácil de ganhar dinheiro, nota que a Vale subiu de 40,00 (fevereiro) para 50,00 (abril) e logo conclui:

"Cada ação da Vale subiu 10 reais em 2 meses. Vou comprar 100 ações agora, esperar 2 meses e pegar 10 reais de lucro. Se forem 100 ações, são 1.000 reais que ganho fácil!"

O detalhe é que qualquer ativo, seja em tendência de alta ou de baixa, sempre faz uma 'correção' do seu movimento. Se nesse caso, Vale já subia há várias semanas (nesse caso umas 8), em algum momento ela deveria fazer um pequeno recuo, para depois continuar o seu caminho de alta, ou até mesmo mudar de tendência e começar de fato a cair.

Nesse exemplo, o dia da compra por 50 reais, foi justamente na semana que a Vale iniciou este recuo. Os R$10,00 de alta por ação que ocorreram em 2 meses foram corrigidos em exatamente R$10,00 em 1 mês.

Resumo do movimento: Vale saiu de 40,00 em fevereiro (fundo), chegou a 50,00 em abril (topo) e voltou para os mesmos 40,00 em maio (fundo).

"Comprar topo e vender fundo" é a expressão de mercado que denota um trade como esse, do investidor que entrou no ativo lá perto dos 50,00 e vendeu (seja por medo, por precisar da grana, por achar que vai cair mais, etc) por 40,00.

O trader aprendiz ou experiente, deve sempre ficar atento para isso e NÃO comprar um ativo que esteja subindo há muito tempo. É muito proável que neste exemplo, a Vale volte para os 50,00 continue a alta e só faça topo lá nos 60,00. Assim, como pode não voltar a 50,00 tão cedo e só fazer novo fundo nos 30,00. Por isso é importante tentar evitar a compra depois de uma forte alta, ter cuidado para entrar no ação "quente do momento" pois pode-se estar comprando justamente quando ela está começando a esfriar.

É claro que não podemos prever o futuro, mas temos ferramentas para avaliar a maior probabilidade de como será o próximo movimento da ação. Essas ferramentas discutiremos no decorrer deste blog, de forma simples e básica para inciantes. Além de ferramentas para indicar o movimento mais provável, temos os instrumentos de proteção para que, em caso sejamos pegos de surpresa, e nossa compra tenha sido em um topo, possamos sair do ativo o mais rápido possível ou passar a ganhar com a queda do preço!

Acompanhe o blog e verá que operar na bolsa não é coisa do outro mundo.

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Candles de alta para todos

Carlos Magno
cmagnoss@gmail.com