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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Carta a Papai Noel

Como citei no áudio do último post, "sardinha é aquele que faz besteiras independente do capital que tem". Já que estamos entrando em dezembro, abaixo uma carta de um sardinha para Papai Noel.


      Caro Papai Noel, quero pedir através desta mensagem os meus presentinhos de 2011. Antes, quero te lembrar que fui um bom investidor, muito embora o mercado foi mal e não me deixou ganhar dinheiro.

       A culpa não foi minha, eu estava comprado em mundial desde os 2 reais com metade do meu patrimônio pois ela só subia, até que rapidamente ela voltou para centavos [clique aqui], achei que usiminas já teria caído muito quando bateu nos 15 e ela foi para 11. LUPA3 me surpreendeu caindo 70% em 12 meses,  justamente o tempo que estou comprado nela, nem te falo como estou.

       Portanto Papai Noel, veja como foi ano difícil pra mim. O que me aliviou foi ter comprado um caminhão de opções a seco da petro quando ela bateu a 20 reais. Comprei da série seguinte e dei sorte da petro ter dado um subida para os 22, mesmo assim o ganho não foi tão bom, porque o tempo que fiquei posicionado as opções foram perdendo valor mesmo quando petro subia um pouco. 

      Novamente, culpo o mercado. Sr. Noel, visto que eu fui bonzinho e o mercado é que foi mal, tenho certeza que o senhor me atenderá nos pedidos a seguir: 

      1 - Uma listinha com os micos que bombarão em 2012
      2 - Um livro que ensine uma estratégia para operar opções a seco 
      3 - Um gap de baixa gigantesco na ambev para que eu possa finalmente compra-la mais barato (espero por isso há 3 anos).

      Sendo assim Sr. Noel, fico agradecido e prometo que não postarei, nos fóruns, as minhas notas de corretagem quando ganhar muito para tirar onda com meus amiguinhos. Termino por aqui porque a bolsa da China vai abrir e eu preciso acompanhar para saber o que vai acontecer aqui no Brasil. 

       Sem mais, Bom Natal.


Se Papai Noel responder, publico aqui.
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domingo, 27 de novembro de 2011

Entrevista em Áudio! Com André Moraes

Ouça a primeira entrevista em áudio do Trader Aprendiz.

Uma ótima conversa com Andre Moraes da Trade Ao Vivo sobre o que é um sardinha, alavancagem, viver de trades e gerenciamento de risco

Participe enviando suas perguntas e/ou comentários.




Se não estiver visualizando o player, clique aqui para ouvir.

*obs.: este áudio não poderá ser ouvido em locais que bloqueiam o endereço dropbox.com


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Só STOP Nem Sempre Salva

É comum ouvir várias pessoas dizerem que operam de forma alavancada tranquilamente, pois afirmam que controlam o risco muito bem. Quando perguntamos como é feito esse controle, a resposta na maioria das vezes é "eu uso stop sempre".

Não há dúvidas que todo trade deve ter ponto de entrada, alvo, prazo (dependendo da operação) e ponto de saída de proteção (conhecido como ordem STOP).


A questão é que muita gente confunde o uso de stop achando que ele é suficiente para o correto gerenciamento de risco. Stop é apenas um elemento no gerenciamento de risco, na maioria das vezes o mais importante, mas nem sempre.

Gerenciamento de risco real, deve levar em

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Rally De Final De Ano

foto: Reuters
Muito se fala de rally de final de ano. De que novembro e dezembro a bolsa sobe porque os fundos mexem em posições, ou porque o pessoal recebe o 13º salário, ou sei lá o que.

O motivo, não tenho certeza. Se o rally existe e é recorrente, também não pesquisei. Investidor não deve dar a mínima importância para isso também por dois motivos muito simples:

- Se o cara espera o rally para fazer trades, não faz sentido, pois um trader não precisa de alta para ganhar, basta operar na venda. E não se pode dizer que "é chato alugar o papel" porque diversas corretoras permitem que se abra a posição sem alugar, e depois com toda calma, o trader entra em contato com a corretora via e-mail, telefone e até chat e solicita o aluguel. Então, porque um trader quer rally de alta? Por que só sabe operar na compra? Mesmo que

Quebrando Mitos - parte II - Conhecimento Avançado

Será que a pessoa física precisa mesmo de tanto conhecimento técnico para investir em renda variável? Depende...

Qual o objetivo do investidor? Se for para usar a bolsa para ser mais uma opção de investimento, bastaria esse investidor ler as regras da bolsa (como são as taxas, incidência do imposto de renda, direitos e obrigações em geral) e pronto.

Poderíamos adicionar um bom livro sobre avaliação de empresas para iniciantes e não seria preciso muito mais do que isso, nem mesmo conhecimento de macroeconomia, nem conhecimento de estatística, contabilidade, etc.

Se o objetivo é ser mais atuante no mercado, aí é outra conversa. Este sim, não pode querer operar e se dizer profissional só porque

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Entrevista - Vivendo o Mercado

O blog Trader Aprendiz tem o prazer de entrevistar Cassio Younis, que atualmente trabalha como investidor. Cassio também é colaborador de um grupo no facebook, chamado Vianna Invest.

Confira abaixo uma rápida entrevista com alguém que largou a sua profissão de empresário no ramo de entretenimento para se dedicar à bolsa e à renda variável.

1 – Olá Cassio, é um prazer tê-lo conosco no Trader Aprendiz. Conte como era quando você estava começando. Como eram suas operações? Como começou na bolsa?

Em janeiro de 2006 após vender minha casa noturna decidi que iria para o ramo hoteleiro, por esse motivo fui fazer uma pós-graduação em gestão hoteleira e um MBA voltado ao marketing de serviços. Em 2007 mesmo cursando os dois cursos ingressei no mercado financeiro para remunerar melhor o capital.

Comecei operando as famosas “bluechip”, mas como todo bom iniciante não consegui ver vantagem em algo que tinha uma valorização pequena no curto prazo sendo assim passei a operar os chamados “micos” ativos de baixa liquidez, mas que muitas vezes em curto período apresentam valorizações extraordinárias.

Como todo iniciante, fiquei fascinado quando tive êxito nas primeiras operações com lucros superiores a 50%. Após isso como vício comecei a arriscar mais e, é claro, a perder mais. Fui então buscar informação num curso de dois dias de análise técnica, saindo do curso comecei achar que poderia vencer o mercado com isso me tornei um investidor mais agressivo e com isso os prejuízos foram se acentuando.

Após ver que existia algo de errado parei de operar por uns dois meses e comecei a estudar realmente o mercado e suas nuanças para conseguir achar onde estava o erro quando percebi que o erro era ter a ganância do ganho rápido, pois quase todas as operações que entrei ficaram lucrativas não executei a venda bem como não fiz o devido controle de risco.

Nesse momento realmente me apaixonei pelo mercado financeiro e me tornei um estudioso nos movimentos do mercado bem como passei a entender o posicionamento dos players e o principal, compreendi a necessidade de tirar a emoção completamente do ato de operar.


2 – Quando e como foi que você começou considerar que não era apenas um novato e ter certeza que não seria “expulso” da bolsa como acontece com um grande número de pessoas?

No mercado financeiro você deixa de ser novato quando admite a perda, aceita o erro e se beneficia dele como aliado para separar a razão da emoção. O medo de perder, a ganância de ganho fácil é o que leva a frustração no mercado.

Você se torna um profissional quando percebe que acumular várias vezes ganhos menores diversificando alocando os resultados em várias formas de investimento te levam acumular patrimônio.


3 – Como é o seu dia-a-dia, opera o dia inteiro? Monta a operação, sai de casa e só volta na hora que o mercado está fechando?

Após conseguir criar uma estratégia vencedora decidi me dedicar completamente aos investimentos e não somente em uma modalidade como o mercado financeiro. Trabalho em um Home Office devidamente equipado para poder gerenciar todos meus investimentos.
Meu horário de trabalho é como qualquer outra pessoa o que muda é a quantidade de informação que absorvo sobre diversos assuntos para poder alocar melhor os investimentos.

Meu dia começa às 6 da manhã onde procuro me inteirar sobre a macroeconomia, faço minhas leituras diárias e defino meus planos para aquele dia. Tenho um caderno que anoto tudo o que penso bem como meu plano de trade. Quando o mercado abre, eu já tenho meu plano A e plano B definido, pois a única coisa que controlamos são as nossas atitudes o resto é tudo variável e imprevisível.

Meu trabalho dura o período do mercado, tenho meu tempo de almoço e isso é sagrado bem como tempo para minha família, pois isso que importa.


4 – Buy and Hold, trades ou ambos? Opções, ações ou ambos?

Investimento é como qualquer coisa na vida, se arriscar tudo em uma modalidade você tem que ser 100% eficaz no que está fazendo. Investir é um equilíbrio, pois às vezes algum desvaloriza, mas outro valoriza com isso você sempre tem liquidez em alguma modalidade caso algo saia de seus planos e precise do capital em um tempo menor do que o planejado.


5 – O que você diria para alguém que deseja viver de mercado hoje em dia? A propósito, é possível viver de bolsa no Brasil?

Viver de mercado é uma profissão, é óbvio que é possível, mas da maneira correta. Ninguém vive de mercado se não tiver capital inicial e principalmente alguma forma de ganho para a vivência até você tiver conseguindo renda suficiente para viver disso.

Trate o mercado como se fosse uma empresa, onde você “investidor” é o proprietário e o funcionário ao mesmo tempo. Você corre riscos como o empresário e tem que se dedicar para não ser demitido como o funcionário. O capital social é o quanto você vai investir para poder ter uma remuneração para sua vivência e para reinvestir a sobra e se beneficiar dos juros compostos. O capital de giro é o valor mínimo para sua vivência para poder lidar com o mercado sem a influência do emocional. Ninguém vive de mercado precisando fazer uma meta X para poder pagar as contas e colocar comida a mesa.

O perfil muda tudo, eu hoje tenho esposa, filhos, um custo fixo alto. É diferente de um jovem que vive com os pais e seu ganho é limpo.

Para o jovem que está se formando ou é universitário meu conselho é: decida seu caminho pois o tempo passa rápido e o mercado de trabalho não perdoa. Um jovem que vai para o mercado financeiro como um jogo e decide não arrumar um emprego, ter uma renda, pode estar traçando um destino muito perigoso, pois o tempo passa rápido e se ele se frustrar no mercado ele vai acabar sem profissão e sem experiência para ir para o mercado de trabalho. Nossa vida útil no mercado de trabalho hoje é entre os 25 aos 40, antes você vai escutar que é jovem demais e depois que é velho demais.

Trace seu plano de vida como se fosse um plano de negócio, saiba da onde veio, onde está e principalmente onde quer chegar.


6 – Quais os maiores erros dos investidores em renda variável? Como você vê o investidor iniciante hoje em dia?

O maior erro do investidor em renda variável é se denominar investidor e ter cabeça de jogador. O investidor iniciante em sua maioria busca ganho fácil sem ter a mínima ideia sobre o assunto. Jogam o jogo sem ler o manual de regras.

7 –E o mundo lá fora, está acabando mesmo?

Não sou economista somente posso responder pela minha percepção. O mundo não acaba, mas ele muda e atualmente numa velocidade muito rápida. As pessoas não podem ficar alienadas no que acontece ao seu redor, pois vivemos nesse mundo, mas também não pode decidir o rumo de sua vida bem como de seus investimentos porque alguém disse que o mundo vai acabar em 2012.

Temos que viver como se fosse ser eterno e realmente é, pois você vai e a outra geração vem para continuar e perpetuar seus feitos.

A pessoa precisa aprender a utilizar das adversidades ao seu favor, nas grandes crises são formadas as grandes fortunas, pois poucos se arriscam no medo e muitos se aventuram na felicidade.

8 – Você trabalha como (agente autônomo, ou consultor, ou analista), como funciona isso?

Eu sou investidor e um eterno estudante.

9 – O que você acha da educação em renda variável brasileira, os cursos de trades, etc. Estão fazendo um bom trabalho?

Penso no mercado financeiro no Brasil como um bebê hoje. Diria que estamos aprendendo a andar, ainda vai ter muitos tombos, mas chegamos lá.

A educação financeira ainda é muito falha, pois é muito pequeno o número de profissionais no mercado com experiência. As grandes maiorias de instrutores vieram do bullmarket de 2002 a 2007 e ensinam como ganhar e não como não perder, pois nem eles sabem como se proteger em crises sistêmicas, pois só agora estão vivendo isso.

Em toda profissão existem profissionais competentes e incompetentes, com o passar do tempo o próprio mercado se encarrega de filtrar.

Cursos são feitos para lhe prover informação e não para ter mostrar solução para nada, somente você tem o dom de determinar o que é bom para si. Pense nisso como a cartomante que lê o futuro para todos menos para si próprio. A pessoa tem que se empenhar e não achar que existe formula mágica para ficar rica de um dia para o outro.


10 – Cassio, tivemos um exemplo, como vários no mercado, o qual foi o caso da Mundial que derreteu de R$5,24 a R$0,69 em três dias. Pela internet afora muita gente chorou, gente que chegou a pegar poupança de anos e colocou nesta empresa, e outros que pegaram dinheiro emprestado com a corretora através de operação a termo. O caso Mundial certamente foi um dos casos mais comentados da bolsa nesse ano. O que você tem a dizer sobre o que aconteceu? Teve amigos que “fizeram besteira”? E essa postura de fazer termo ou pegar a poupança de anos e por na bolsa, o que você acha disso?

Mundial é mais um caso não é o primeiro nem será o último.

Meu professor de direito sempre dizia que só existe o crime de estelionato, pois alguém quer se beneficiar de algo, resumindo, quem sofre o estelionato é mais criminoso do que o estelionatário, pois a pessoa só sofreu o golpe porque tentou ter alguma vantagem.

O problema não é a empresa sair de 0,26 para 5,24 de 5,24 para 0,69. O incrível ela ter feito isso e as pessoas conseguiram não ter ganhado devido à ganância do dinheiro fácil.

As pessoas precisam aprender a diferenciar os movimentos dos ativos do mercado e se aproveitar disso se querem ser traders. Eu opero de tudo, mas jamais opero “mico” achando que é “bluechip”. Saiba onde está pisando determine seu plano e execute sempre.


11 – Como nossos leitores podem fazer para entrar em contato com você ?

A melhor forma é na comunidade VIANNA INVEST, adoro aprender com os outros e contribuir com meus erros assim a meu ver ajudo a pessoas evitarem os erros básicos que todos recorrem no início.


12 – O Trader Aprendiz tenta ser diferente da maioria das publicações sobre bolsa que temos na internet, um outro ponto de vista, tem algum artigo que você destaque? Por quê?

O Trader Aprendiz faz parte de um número pequeno de pessoas que estão numa luta constante para prover educação financeira de qualidade, não poderia definir um artigo, pois todos são úteis e absorver informação nunca é demais, quanto mais informação você absorve mais critico você se torna e isso lhe faz um curioso e com isso você cresce cada dia mais.


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É isso aí Cassio, muito bom. Muito obrigado por dar essa contribuição Trader Aprendiz. Espero que todos tenham gostado e continuem nos acompanhando, lendo nossos artigos. Caso você tenha um texto seu que gostaria de publicar, seja bemvindo a postar por aqui também!

Caros leitores, comentem !!

Carlos Magno

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Opções: uma analogia em TI


Opções é algo trivial? Sim, mas não no Brasil, infelizmente.

Enquanto que por aqui, só uma minoria de pessoas conhece opções de verdade, sabem que ficar operando à seco de forma insana tem expectativa negativa, sabem que venda descoberta não faz sentido, etc. Lá nos EUA parece que, mesmo existindo "apostadores" em opções, esse assunto é muito mais comum do que por aqui no nosso país.

O exemplo que corrobora com isso: um amigo e colega de trabalho, arquiteto de software, me enviou este artigo Bad code isn’t Technical Debt, it’s an unhedged Call Option - que fala sobre dívida técnica, um termo totalmente relacionado à tecnologia da informação, definido por Ward Cunningham - descreve a dívida que a equipe de desenvolvimento de software assume quando escolhe um design ou abordagem fácil de implementar no curto prazo mas com grande impacto negativo no longo prazo.

Ou seja, dívida técnica é a idéia de que fazer um código fonte qualquer para entregar o sistema rapidamente correndo o risco de no futuro ter mais trabalho para corrigir, manter, etc.

O interessante é ver que no artigo, o autor faz analogia com o mercado de opções (!!). Acredito que ele assuma que seus leitores - pessoal de TI e não do mercado financeiro - entenda que correr risco de programar com design simples demais e até de baixa qualidade, pode ser o mesmo risco de comprar opção à seco.


Call options are a better model than debt for cruddy code (without tests) because they capture the unpredictability of what we do.

Para quem gosta de opções e ainda por cima é de TI, é muito interessante a analogia.

Será que um dia a renda variável vai ser algo comum para o brasileiro que até poderemos fazer analogias em nossos assuntos pessoais e de trabalho que todo mundo vai entender? Talvez, seja entendida de forma tão simples como 1 + 1 ?

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Obs.: mais sobre dívida técnica em TI:

- http://msdn.microsoft.com/pt-br/magazine/ee335722.aspx
- http://www.infoq.com/br/news/2009/10/dissecting-technical-debt

domingo, 6 de novembro de 2011

Quebrando Mitos - parte I - Tempo

foto por lentedorafa
Infelizmente, grande parte do que se lê pela Internet sobre renda variável acaba deixando o pequeno investidor mais confuso do que esclarecido.

Mas confesso que não desisti totalmente de algumas publicações porque elas trazem inspiração para escrever aqui, e servem para ver o que andam passando para os leitores. Afinal, pra mim, a qualidade de informação muitas vezes está relacionada mais a nossa própria interpretação do que o conteúdo do que foi escrito. Isto é, se você consegue ler nas entrelinhas, algo que a princípio pode parecer lixo equivocado, pode trazer mensagens interessantes.

Esta semana li uma reportagem que diz que bolsa não é para pessoas físicas (!!). Minha opinião: equívoco (com todo respeito ao site e ao jornalista que assinou). Talvez, eu dissesse o contrário se mostrassem o outro lado de todos os argumentos que foram apresentados. Bom, deixaram a missão para o Trader Aprendiz...

É preciso mostrar uma outra visão para o exposto, e desta forma qualquer um como pessoa física possa dizer, "sim, bolsa também é para mim". Foram colocados três pontos defendendo o contrário, três argumentos que se não forem explicados, alimentam mitos que nunca são quebrados e faz com que a maior parte dos brasileiros tenha medo de encarar algum risco para colher grandes frutos. Não é à tôa que a participação percentual de pessoas físicas na "ponta compradora" na bolsa brasileira seja tão pequeno, no mês de outubro/11 por exemplo, as pessoas físicas representaram apenas 9,9% de todas as compras no volume total do mercado à vista, à termo, de opções e outros segmentos segundo a BM&FBovespa.

Portanto, teremos este e mais 2 posts sobre os pontos mitos: tempo, conhecimento avançado e importancia dada à performance do ibovespa.

Mito I - Necessidade de Tempo

Interessante como todo mundo repete a mesma frase, "não tenho tempo para acompanhar o mercado". Como se acompanhar o mercado fosse fazer alguma diferença, como se olhar as cotações o dia inteiro fosse fazer com que, magicamente, os ativos fossem negociados nos preços desejados.

Para a felicidade de quem não trabalha no mercado financeiro e tem pouco tempo para olhar para ele, vai a boa notícia, você dedica apenas o tempo que puder. Como? Escolhendo operações que  necessitem apenas do tempo que você tem.

Vejam este exemplo, digamos que você trabalha a semana toda de 8 às 17h e gostaria de fazer alguns trades com ações para ganhar na valorização (ou desvalorização) de seus preços, mas não tem sequer acesso à internet no trabalho e nem qualquer tempo para ir numa lan house ou ficar navegando no seu smartphone porque o trabalho não deixa.

Porém, você tem o final de semana completamente livre, ótimo, já poderá montar operações semanais. São operações onde você olha o gráfico semanal do ativo, onde cada marcação do gráfico representa uma semana, você analisa os gráficos em casa com calma, usa no máximo uma hora para isso e marca teus gatilhos, escreve seu plano.

Se for por exemplo, para fazer uma entrada devido à fechamento acima de um determinado ponto, você só precisará dar uma olhada a cada sexta-feira para ver se aquela semana está fechando com valor acima do ponto planejado, você poderá fazer isso depois do horário do trabalho, no período chamado after market. Se "deu entrada", você nem precisa usar a internet, pode ligar para a corretora e mandar eles executarem a ordem de compra. Caso seja uma entrada devido a rompimento (quando passa por determinado ponto, antes mesmo de fechar a semana) como na imagem abaixo, fica ainda mais fácil, você já deixa a ordem de compra programada no domingo. Alguns home brokers aceitam que a ordem seja enviada com o pregão fechado.

Entrada 36,80 no gráfico semanal devido ao rompimento do maior preço negociado na semana anterior - atualmente este trade está positivo em 8%

Na figura acima, o exemplo de um trade iniciado (na semana com a seta verde) devido o rompimento da maxima da semana anterior. O investidor observou que houveram 3 semanas seguidas de baixa na Vale, e devido a alguma estratégia que ele tenha (não é o objetivo deste post discutir isso), verificou que seria interessante comprar Vale caso o preço ao voltar a subir mostrasse força se rompesse 38,80. No domigo (09/10/11) ele ajusta a ordem 'start de compra automática' com disparo de 38,80 e pronto. Única preocupação que poderia ter é dar uma olhada no final de cada dia (pode ser no after market) para ver se a ordem foi executada e assim ele já possa ajustar a ordens de saída automática de proteção de novas quedas (stop loss) e saída para realização de lucro automática (stop gain) nos pontos que ele decidir serem convenientes. Pronto, agora é só olhar por 2 minutos a cada sexta-feira como o trade está andando

Em relação ao investimento em em renda variável com objetivo de montar uma carteira de ações para ser sócio de boas empresas e colher os frutos de ser acionista, a necessidade de tempo é menor ainda. Isto acontece porque o que define se uma empresa é boa ou não é a saúde dela, ou seja, se ela as dívidas não aumentam constantemente, melhor ainda se praticamente não existem, se o lucro é crescente, se o retorno sobre o patrimônio é crescente, entre outros dados.

O detalhe importante é que tais dados são apresentados no balanço anual, que obviamente é divulgado uma vez por ano, isso significa que o investidor precisa gastar duas ou três horas, uma vez no ano para avaliar se continua de sócio ou não de tais empresas. Se ele quiser e puder, dá uma olhada nos balanços trimestrais, duas horas é mais do que suficiente para o pequeno investidor, somando tudo, 8 a 10 horas por ano!

Antes que fiquem as questões: eu não sei olhar esse gráfico do post, como vou gastar minutos com isso? Ou então, como eu vou gastar apenas 2 horas para analisar um balanço se não sei como é isso? Certamente que em um primeiro momento terá que ser gasto com estudo e planejamento, assim como em qualquer negócio.

Você pode abrir uma lanchonete, colocar funcionários lá e sumir, mas terá que gastar um tempo inicial no planejamento antes de abrir a lanchonete, terá que gastar um tempinho todo mês para olhar se as contas estão fechando e se o lucro está entrando. No mercado de ações não é diferente, um tempo inicial terá que ser gasto lendo alguns livros e fazendo alguns cursos, mas depois disso, o tempo gasto ficará próximo do que foi citado neste texto.

Qaunto ao conhecimento em si, trataremos disso no próximo post...

Até lá e deixe seu comentário. Quanto tempo você gasta na bolsa atualmente?